Uma ferramenta de produtividade, que impacta diretamente na fidelização dos clientes, que traz resultados constantes e adaptáveis. Parece mágica mas não é. É engajamento da equipe. Ou seja, colaboradores que não acordam todos os dias e cumprem o trabalho só pelo salário no fim do mês ou pela comissão de seus afazeres, mas porque têm na própria rotina, valores que estão em consonância com a empresa.
Mas como definir uma equipe engajada? Como desbloquear esse super poder e concretizar todos os benefícios duradouros que vem com isso? E, o mais importante: como não pagar o preço de uma equipe sem engajamento?
Estima-se, de acordo com pesquisa da Deloitte, especializada em pesquisas no mercado de trabalho, que um funcionário desengajado possa custar mais de R$3.000 por ano para as empresas (em valores de 2015, quando o cálculo foi feito). Mas isso pode variar ainda mais se pensarmos na posição que esse funcionário ocupa. Imagine quanto custa a mais do que essa média um diretor de vendas desengajado?
Para evitar fazer parte deste quadro, a coisa mais importante é tentar buscar sintomas dentro da própria empresa para, a partir daí, buscar uma melhora.
Os problemas mais facilmente identificados vêm do comportamento dos funcionários no dia a dia e não apenas em momentos críticos. Queda da qualidade do trabalho, atrasos constantes, faltas, conflitos e principalmente uma indiferença em relação à ocupação são características que descrevem um problema bastante comum de desmotivação.
É importante destacar, entretanto, que motivação e engajamento não são sinônimos neste contexto.
Odoardo Carsughi, curador de conteúdo na área de saúde e capital humano da Minder4Business, explica que motivação é apenas um dos fatores que pode gerar o engajamento. Mas não só ele. "Uma pessoa pode estar motivada apenas por salário e não estar engajada", explica.
Ele traz uma boa definição do que é o engajamento: é quando as pessoas estão intimamente ligadas e conectadas com a empresa. Trabalhando ali não por falta de opção mas porque gostam e se sentem alinhadas.
Odoardo explica que isso é resultado de uma combinação de fatores como dinheiro, carreira e valores.
Valor, aliás, é uma palavra chave aqui.
Porque diz respeito aos princípios e às convicções da cultura da empresa mas também pelas questões de autoestima e de quanto a companhia reconhece no funcionário uma parte essencial de seu funcionamento.
Pensando em relação à filosofia, é importante mais do que defender uma ideologia A, B ou C ou mesmo qualquer tipo de moral específica, apostar numa relação transparente para com quem faz parte da organização. Uma empresa transparente inspira confiança de todos que fazem parte dela, dos clientes e até mesmo de outras companhias.
Já quando se fala na valorização da equipe, é preciso demonstrar isso por uma combinação de mensagens enviadas de muitas formas para os colaboradores. O salário deve sim ser condizente com a função, pensando em contextos como mercado, concorrência e importância da ocupação, mas ele sozinho não demonstra muita coisa. Não sem estar acompanhado de benefícios e de uma clareza no qual vai ser o seu papel no futuro da empresa e de como um pode ajudar o outro a evoluir.
Aqui entram, além dos benefícios e da remuneração, fatores como um plano de treinamento que faça sentido e uma cultura de feedbacks claros e objetivos. Tudo isso soma para uma equipe colaborativa e que leva adiante a cultura da empresa.
Qualquer companhia pode começar hoje mesmo, por meio de suas lideranças, a melhorar o engajamento de seus colaboradores.
Confiança é a palavra chave para começar e para sempre ter como um objetivo nesse processo. O clima organizacional não só precisa se tornar transparente, claro, seguro. Ele tem que continuar assim até que isso se torne uma regra.
Uma dica importante de Odoardo é apostar na comunicação. Ele ressalta importância disso num cenário atual de trabalho remoto e modelos híbridos. É um cenário inegavelmente difícil. "Quem não tinha equipes engajadas antes agora sofre".
A saída é apostar na comunicação. E, pra ir mais além, já pensar nesse processo no momento de contratar. Percebeu que o candidato tem uma postura negativa em relação ao futuro? Que ele ou ela se mostra resistente à ideia de transformação e adequação? Abra o olho.
Para o especialista, não existe ferramenta melhor, no fim das contas, que pessoas que se interessem verdadeiramente umas pelas outras. É preciso, de acordo com ele, criar uma relação de confiança. O outro precisa entender que você realmente se interessa e se preocupa. A ferramenta mais eficiente é a conversa genuína e muitas vezes deixando de lado o assunto de trabalho.
Quando se constrói uma relação de confiança, está feita uma conexão emocional com as pessoas e não apenas cerebral. Isto é chave para quando precisamos realizar um feedback de correção de rumo.
A conexão emocional constrói uma ponte robusta entre as partes que suporta qualquer tipo de mensagem a ser passada, por mais difícil ou pesada que seja esta mensagem.